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MAU ESTAR
O mau estar que se instalara na sala persistia e teimava em não desaparecer.
Nem a generosa porção de presunto serrano, delicadamente adormecida numa travessa de cristal da Baviera com pegas e minúsculos pés de prata, acompanhada dum excelente e genuíno queijo da Serra, docemente esparramado numa tábua de nogueira, dum saboroso, requintado, pão saloio e duma esplêndida garrafa de tinto da Vidigueira, colheita de 2001, quebravam o gelo e aliviavam a tensão opressiva acaçapada sobre todos.
A pesada e densa nuvem esmagava os presentes. Colara-se aos seus corpos como geleia.
Ninguém se denunciou nem acusou ou sequer se desculpou. E o cheiro fétido, grotesco, intestinal, permaneceu no ar por muito tempo.
Oeiras 10 Março 2009
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2 comentários:
Muito "gaseado":)
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Olá Wind,
É mesmo! E não é um gás qualquer... Ahahah
Grato pela visita e comentário.
Volta sempre.
bjs,
Z.
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