.
Este instante já é velhinho... Não se trata em rigor de um conto ou estória, mas de um ensaio de poesia. Integrado, é certo, num contexto de ficção científica, apenas perceptível pelo prelúdio. Divirtam-se!
FORNALHAEste instante já é velhinho... Não se trata em rigor de um conto ou estória, mas de um ensaio de poesia. Integrado, é certo, num contexto de ficção científica, apenas perceptível pelo prelúdio. Divirtam-se!
Prelúdio introdutório
Sumário da 3.ª Lição de Astromorfologia - II Curso Ómega: A Fornalha.
Com voz grave e possante, dizia o professor, aos seus jovens alunos, agitando os cílios vibráteis no cocuruto da cabeça:
— NESTE NOSSO BRAÇO DA GALÁXIA, A POUCOS ANOS-LUZ DAQUI, UM CONJUNTO DE PLANETAS, ASTERÓIDES E COMETAS, ALÉM DE OUTROS CORPOS CELESTES DE SOMENOS IMPORTÂNCIA, GIRA EM TORNO DE UM SOL, ESTRELA AMARELA DO TIPO G, A QUE ALGUNS ESPECIALISTAS DÃO JOCOSAMENTE, QUIÇÁ IMBUÍDOS DE LIRISMO, A ALCUNHA DE...
FORNALHA
A fornalha rugia.
No seu íntimo,
No mais fundo do seu ser,
Nas profundezas mais vulcânicas,
O fogo revolteava,
Comprimia-se,
Expandia-se,
Esmagava-se,
Num pulsar rápido,
Caótico,
Doloroso e imparável.
A fornalha rugia.
Colunas de fogo erguiam-se,
Contorciam-se,
Projectavam-se em frente,
Chocavam umas contra as outras,
Num troar fantástico,
Destruíam-se,
E renasciam num processo infinito.
A fornalha rugia.
Fogo líquido dançava,
Bailava enlouquecido,
Deformava-se,
Lambia-se a si mesmo,
E envaginava-se num abraço final,
Recomeçando sempre.
A fornalha rugia.
Indominável.
A fornalha rugia.
No seu íntimo,
No mais fundo do seu ser,
Nas profundezas mais vulcânicas,
O fogo revolteava,
Comprimia-se,
Expandia-se,
Esmagava-se,
Num pulsar rápido,
Caótico,
Doloroso e imparável.
A fornalha rugia.
Colunas de fogo erguiam-se,
Contorciam-se,
Projectavam-se em frente,
Chocavam umas contra as outras,
Num troar fantástico,
Destruíam-se,
E renasciam num processo infinito.
A fornalha rugia.
Fogo líquido dançava,
Bailava enlouquecido,
Deformava-se,
Lambia-se a si mesmo,
E envaginava-se num abraço final,
Recomeçando sempre.
A fornalha rugia.
Indominável.
Paço de Arcos, 29 Novembro 1994
.
4 comentários:
"E envaginava-se num abraço final,
Recomeçando sempre"
sempre a recomeçar...
abraços amigo!!
.
Olá Edu,
Assim é.
A vida, o viver, é também um recomeçar constante todos os dias. :)
Abraço
.
"...num abraço final,
Recomeçando sempre."
E de esperança se vive...
Beijinho e bom fim de semana ;))
.
Olá O.,
Sem esperança a vida não tem sentido (julgo).
Desta - esperança - se faz o recomeçar e o renascer constante.
Assim vamos vivendo. Melhor, assim vamos tendo razão e vontade para viver. :)
Grato pela visita.
Retribuo os votos.
bjs,
.
Enviar um comentário